Pular para o conteúdo principal

O que é Colesterol? Por que quem tem diabetes deve se preocupar?

Para responder a essas 2 perguntas convidamos a professora de educação física, com pós-graduação no Instituto do Coração da USP (InCor) e com doutorado sobre o tema pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), Isabel Ribeiro. Segue resposta.

http://www.magraemergente.com/cardapio/gordura-x-acucar-qual-deles-e-o-grande-vilao

O Colesterol tem função essencial no adequado funcionamento do organismo porque auxilia na formação, reprodução e crescimento de todas as células do corpo. Podemos dizer que é uma gordura produzida pelo próprio organismo e também adquirida no consumo de alimentos de origem animal.

Para se locomover e chegar ao seu destino, o colesterol precisa se fixar a proteínas presentes no organismo. Dessa união nascem as lipoproteinas LDL colesterol e HDL colesterol. A LDL transporta colesterol para todo o organismo e, sabiamente, apenas a quantidade adequada será utilizada. O excesso fica disponível para ser depositado nos vasos sanguíneos e formar placas gordurosas responsáveis pela obstrução, favorecendo a Aterosclerose. A LDL pode se elevar pela maior ingestão de gorduras na dieta diária, por obesidade, inatividade física e predisposição genética. Daí sua fama de “colesterol ruim”.
Já a HDL é capaz de remover o excesso de colesterol da parede das artérias, por isso é chamada de “colesterol bom”. Quando a pessoa apresenta uma elevada concentração de HDL em proporção a LDL, as chances de desenvolver Aterosclerose são bem reduzidas. Porém, aumentar a HDL não é fácil. Sabe-se que a atividade física pode ser uma importante aliada para isso.
É importante checar os valores por meio de exames laboratoriais pelo menos uma vez ao ano. Adultos com Diabetes devem ter como metas valores de ColesterolTotal <200 mg/dL,  LDL <100 mg/dL,colesterol HDL >50 mg/dL; triglicérides <150 mg/dL. Esses valores podem ser mais estreitos no caso da associação do Diabetes com outras doenças crônicas.
É bem comum em Diabetes tipo 2 o organismo ser resistente à ação da insulina, sendo que este fato ocorre mesmo antes do diagnóstico, em consequência se estabelece a Dislipidemia Diabética (DLPD) ou distúrbio no metabolismo de gorduras, incluindo o LDL, o HDL e os triglicérides. A DLPD é caracterizada por um aumento excessivo de triglicérides, levando a presença de alta concentração de gorduras no sangue no período pós alimentar, devido à mais lenta metabolização (ou melhor, uso mais lento dessas gorduras).
A DLPD associada especialmente ao aumento da glicemia favorece o desenvolvimento precoce de Aterosclerose. Este quadro estimula o desenvolvimento da Doença Arterial Coronariana a qual, em grande parte, é responsável pelo aumento das complicações e da mortalidade na população com Diabetes.
Pessoas com Diabetes tipo 1 também podem ter desenvolvimento precoce de Aterosclerose. Isto pode estar relacionado a fatores genéticos, hiperglicemia, ganho de peso devido aumento no tratamento insulínico, mudanças no padrão alimentar, sedentarismo, entre outros.
Um programa de Educação e o auto gerenciamento do Diabetes são muito importantes para o sucesso do tratamento. A alimentação saudável e a prática regular de atividade física favorecem uma adequada composição corporal e são excelentes ferramentas para prevenção e combate a DLPD. Portanto, adote hábitos saudáveis desde já!

Referência Bibliográfica
- American Diabetes Association. Standards of Medical Care in Diabetes – 2010. Diabetes Care 33(Suppl 1):S11-S61, 2010.

- Isabel C. D. Ribeiro et al. HDL Atheroprotection by Aerobic Exercise Training in Type 2 Diabetes Mellitus. Medice & Science in Sports & Exercise. 40. n 5, 779-786, 2008.

- Alessandra S. de M. Matheus et al.  Dislipidemia no DM1: Abordagem Atual. Arq Bras Endocrinol Metab. 52/2, 2008.

Isabel C. D. Ribeiro
Dra. Ciências da Saúde
Educador Físico
CREF 6418-G/SP
Isabel.ribeiro@saudesublime.com.br
www.saudesublime.com.br

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Falhou a Bomba de Insulina? Saiba o que fazer!

Isabela Calventi Cada vez mais pessoas usam bombas de infusão de insulina , seja por indicação médica, seja por opção própria. As bombas se mostram bastante confiáveis, mas, por serem equipamentos eletrônicos, também podem apresentar alguma falha.  Accu-Chek Combo www.accu-chek.com/microsites/combo/about-insulin-pumping.html Há tanto falhas resultantes do mau uso da bomba quanto aquelas ocasionadas pelo desgaste do equipamento. Algumas delas são fáceis de resolver, outras dependem de assistência do fabricante. O fato é que sempre se deve levar consigo uma seringa ou caneta de aplicação com insulina ultrarrápida , caso a bomba pare de funcionar.  As bombas atuais, quando detectam alguma falha no sistema, geralmente apresentam avisos de erro no visor. Caso isso aconteça com você, consulte o manual ou entre em contato com o fabricante através do 0800 (Medtronic: 0800 773 9200 ou atendimento.diabetes@medtronic.com , Roche/Accu-Chek:  0800 77 20 126).  Medtronic Veo

Você usa a PILHA certa na sua BOMBA de INSULINA?

Por Mark Barone Há muitas dúvidas sobre esse assunto, especialmente em relação à pilha usada nas Bombas de Insulina da empresa Medtronic . Fomos, então, buscar respostas nos sites e Blog internacionais da empresa, além de termos entrado em contato com a gerência da área de diabetes da empresa no Brasil. As principais conclusões encontradas estão abaixo. www.medtronicdiabetes.com/customer-support/device-settings-and-features/utility-settings/battery Use sempre uma moeda para abrir o compartimento da pilha (o uso de facas ou outros materiais pontiagudos pode danificar a bomba). A duração média da pilha é de 1 semana (pode variar dependendo das funções que estiverem ativadas). Muitos relatam que a pilha chega a durar de 2 a 3 semanas, mas a empresa, provavelmente por motivos de segurança (a fim de não superestimar a duração da pilha e, com isso, evitar que o usuário fique sem pilha reserva), informa semana. Tenha sempre pilhas novas em casa e não deixe de leva-las

Cuidando do DIABETES e fazendo VESTIBULAR / ENEM / CONCURSO

Estou aqui para contar um pouco da rotina de quem tem diabetes em meio aos vestibulares. A ideia de ficar muito tempo sentado, pensando, resolvendo questões já é, por si só, incômoda. Somemos a isso o fato de que você não pode usar celular – sequer relógio, em muitos! -, é fiscalizado até quando vai ao banheiro…  É um estresse muito grande! http://educacao.uol.com.br/album/2012/06/25/dez-coisas-que-voce-nao-deve-fazer-enquanto-estiver-estudando.htm#fotoNav=10 Como se já não bastasse, eu, prestando vestibular, tenho diabetes. Então, o cuidado precisa ser ainda maior. Além dos cuidados necessários que todo candidato tem com a prova – além de estudar, separar documentos, lápis, borracha, local de prova… – preciso me  preocupar, também, com a glicemia! Normalmente, as provas dos grandes  vestibulares  – Fuvest, Unicamp, Unifesp, Unesp, ITA, ENEM… – acontecem no horário de almoço de muita gente, e  duram muito tempo – cerca de quatro, cinco horas.  Então, a última coisa que pos